Tão estranha é a natureza de um desejo.
Somos arrebatados por uma angustiante vontade
e então nos vemos a mercê de nós mesmos.
Desejar é sofrer por si só.
É querer ter o que não se tem,
recuperar o que se perdeu, partir, apenas para
perceber que queria ficar.
Me assusta a efemeridade do contentamento,
como um punhado de neve que derrete com o calor das nossas mãos.
Estamos condenados a noção de que
se ter o que se quer é ter o que um dia se quis.