quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Deixemos a Onda Quebrar





Nosso mundo acabou e ninguém se importou.
dormiam enquanto varríamos os cacos.
Esses dias parecem tão distantes, 
tão disformes e frágeis.
Talvez eu os veja por uma janela embaçada.

Preferimos procurar a verdade que perdemos
em vez de cravar mentiras em pedra.
Nos omitimos um ao outro
e permitimos ver tudo como é
e não como queríamos que fosse.
 
Merecemos uma vida completa.
Me assusta viver sem prosa ou verso.  
melhor nos diluirmos pelo mundo. 
deixando o vento soprar, a porta bater 
e a onda quebrar.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Tic,Tic,Tac.



Sem tempo para se arrepender.
respiro fundo e me lanço,
como uma flecha, sem rumo,
sem medo e sem volta.
tudo a seu tempo,
mas quanto tempo temos?

no silêncio da madrugada,
um som estridente como marteladas,
tic,tic,tac.
implacável,
lapidando quem fui, 
me tornando quem sou,
mas estou bem com isso,
viverei entre cada fôlego tomado,
entre cada tic,tic,tac.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Para Que Serve o Amor?





Me perguntaram para que serve o amor.
nos agarramos tão forte nesse ardor, nessa dor
como mariposas que se atiram ao fogo.
sem medo, sem dúvida e sem lógica.
talvez essa seja a sua resposta,
não há prêmios no amor,
tudo que se pode esperar do amor...
é amar.



sábado, 5 de outubro de 2013

Viva Com Suas Lembranças.





Se cria todo um universo à dois, 
e de repente ele se despedaça,
suas memórias te atropelam 
e então elas já não são suas amigas,
o mar só traz tristeza e sua brisa dor.


você quer apenas deixar de existir,
 ou quem sabe,
existir à quilômetros de distancia.
você se odeia por se permitir sofrer,
se pergunta se o mundo 
sempre foi tão crú.


Hoje sei que não
gostaria de saber
que o fim estava à porta.
talvez fôssemos poupados
de uma ou duas cicatrizes,
mas sabe, o tempo é uma coisa engraçada,
aprendemos do pior jeito que sem a dor,
cicatrizes são apenas memórias
e que essas, tem o poder
que damos à elas.
 então você volta a sorrir
ao admirar o mar.



sábado, 28 de setembro de 2013

Meus Tons De Poesia








Deveria eu, viver
dentro dessa redoma de vidro?
onde tentam me dobrar, me partir.
falam que o amor está morto e enterrado,
que a poesia é um prazer transviado,
mas como posso engolir o seu preto e branco,
quando sei que o mudo explode
em tantas outras cores?
se não puder levar meus versos ao paraíso
então o paraíso não é o bastante.
escrevo como o homem que trabalha o barro,
com humildade, deixo que reinem 
seus reinos de carta de baralho,
o que não alimenta a alma
não vale a pena ser lembrado.




quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Humano Por Demais



   A noite já não traz
   a tranquilidade de outrora.
   o pesar cobra seu preço
   e nunca se terá tão pouco
   que não se possa pagar.
   nesse momento,
   gosto de pensar que a mácula 
   é coisa do mundo,
   mas sinto que ela vem de dentro
   e vindo de dentro
   temo ser humano por demais.
                                                                 
                                                                 

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Tudo Bem Se Perder à Dois



Quando o silêncio toma o quarto
e a fresta da janela
traz toda a luz que temos,  
entre um beijo e outro
lembramos como respirar.
nos consumimos,
como o combustível que queima,
os anjos coram
mas não desviam o olhar.
nos perdemos um no outro
e não nos preocupamos
      com o que vamos encontrar. 
                                                          
                                                          

domingo, 22 de setembro de 2013

Céu Complacente


                                                 
                   
O homem sofre
e a terra
se padece.
o sol se despede
e o céu enrubesce
                                                  
                                                                  
                                                 

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Abandone Seu Porto




O tempo passa arrastado  
nos levando com ele.
seguimos cansados
apoiados em mentiras que nos confortem.       
                                                       
Encaramos o pior lado da moeda,
vivendo entre mortos e feridos
negamos nossa pequenice
nos coroando reis e rainhas
de uma terra sem leis.
ousamos sonhar.
                                                      
Temos a coragem
de seguir em frente sem remorso,
zarpar sem mapa ou bússola
enquanto nossos portos queimam às nossas costas.
sabemos que não importa o destino
desde que se trilhe o próprio caminho.



terça-feira, 27 de agosto de 2013

O Mundo Esquece



                                                   
Onde estávamos enquanto
nossas cores perdiam o sabor?
em algum ponto nos despedimos
sem cerimônia, sem choro, sem nada.
o céu que um dia cobriu nossos ombros
já não podia ser visto.
se partiu, se perdeu.
não foi preciso dizer nada
o que se teve já não se tinha
                                                       
às vezes o amor morre e o mundo esquece.


sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Sob o Sol De Fim De Tarde



                                               
Os últimos raios de sol me abraçam,
complacentes, sabem que preferiria
estar entre outros braços.
mas você não está aqui
                                                   
                                    Sob outro sol de fim de tarde,                                    
juramos deixar tudo para trás,
mas sua ausência é entendida.
de forma alta e clara
                                                   
Enviaria equipes de busca 
se acredita-se que deseja ser encontrado.
julgo seu amor uma falácia
                                                   me despeço do sol...                                                  
e me despeço de você. 

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Um Lugar Entre Lugares


Seja bem-vindo, esse é o lugar
onde junto tudo que vivi e deixei de viver.    
fique à vontade,
mas não me desculparei pela bagunça.          
                                     
Aqui é as tardes compridas de dezembro,
aquela excitação ao vislumbrar o mar,
a lembrança do primeiro beijo,  
mas também é...
coisas que não gostaria de lembrar
                                               
Cá estamos onde podemos ser
todo o tipo de coisa
mas quando partimos
voltamos a ser quem realmente somos.
não se trata de dissimulação 
isso exigiria alguma lógica
e sendo assim,
se trataria de algum outro lugar.

Me entristece saber que ao nos despedirmos
não guardaremos na memória esse encontro, 
mas saiba que sempre que voltamos aqui
somos convidados a nos lembrar.
sei que não faz muito sentido
mas se fosse de outra maneira
teríamos motivos para despertar?


sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Querido Você Esqueceu Seu Guarda-chuva



                                                                   
                                                         
Uma xícara de café,
preto e amargo,
como um tapa na cara
que facilite minha entrada 
ao mundo dos despertos.
                                                            
No parapeito da janela
seu maço de cigarro,
me pego fumando
e acho graça quando lembro
que tanto censurei seu mau hábito.
 
Olho pela janela,
a nostalgia transborda em mim,
você correndo encharcado
sempre esquecia o guarda-chuva
mas sempre trazia consigo
um sorriso bobo, como quem admite 
que não aprende com os erros.
 
tenho vivido entre os dias que passam
como areia escorrendo pelos dedos,
sempre perdida na vista dessa janela,
na esquizofrênica esperança
que você apareça,
para que eu lhe entregue 
seu maldito guarda-chuva.
                                                             
                                                   
         

terça-feira, 16 de julho de 2013

Última Estação



                    
Entre idas e vindas,   
quanto entreguei de mim mesmo
para satisfazer o que me convinha.
trilhando uma vereda sinuosa,
na esperança de um alento, um carinho,
que acalme-se a alma 
e estanca-se a dor.


agora é anunciada a partida
e tenho medo...
medo de me afastar de você,
ou pior,
me afastar de mim.
                                                      
                                                     
                                                                                                           
                                                      

domingo, 7 de julho de 2013

Migalhas de Esperança


            
                              
                            
                                                              
Não confundirei apatia com conforto,
da dor retirarei mais do que lágrimas.
quando a chuva cair sem remorso,
cada gota que tocar minha pele
me lembrará que ainda vivo.


Farei da Esperança meu sobrenome,
não buscarei sentido no amor.
quando achar que perdi tudo,
ainda terei esses versos,
como migalhas de pão
que me levarão de volta para casa.
                                                 
                                                
                                                

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Uma Viagem Para Não Voltar




Pegue a minha mão,
vamos ver o que há
depois do paraíso.
dance comigo
um sonho esquecido.

                                                            
Uma viagem para não voltar,
sem arrependimentos,  
sem despedidas,
apenas eu e você.

                                                             
Junte o que lhe for caro,
partimos amanhã.
já pedi aos deuses a bênção,
e às estrelas a direção.
                                                            
                                                            
                                                           
                                                       

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Tome o seu tempo

                                                       



Um dia dá lugar ao outro
e assim vivemos vidas tão curtas
quanto o piscar de olhos do universo.
o tempo é uma ilusão,
somos seres feitos de sonhos
transformando lampejos em eternidade.

                                                         
Existe um momento para tudo,
                a primavera sempre há de chegar.              
tomemos o nosso  tempo,
                                                   saibamos o momento de rir e o de chorar                                                                                                 
                                                          
Lembremos que o tempo é uma ilusão
e quando o sol nascer,
acordaremos com a certeza
que a manhã trará
um pedacinho da nossa paz.
                                                   


quinta-feira, 11 de abril de 2013

Um brinde à loucura




                                                             
Entorpecida em poesia
a alma sofre febril,
um turbilhão cerebral,
o fim do mundo dentro da cabeça,
a beleza que não se pode ver
atrás de olhos distantes.
vivendo o sonho acordado,
sonhando a vida que passa.
quem se serve da loucura,
levanta a taça e brinda,
só.
                                                               
                                                               

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Para quem quiser ver



                  

         Olhe o mundo com os olhos da alma, vislumbre todas as coisas de dentro para fora, a chuva não significa apenas mais algum tempo perdido no trânsito, volte a imaginar os desenhos que se formam quando a água escorre pela janela do carro.
     

         A quanto tempo não observa o céu à procura de estrelas? Hoje o homem faz da noite o dia, dizem que clareamos a superfície de tal modo a ofuscar o brilho das estrelas, não acredite nisso, as estrelas que estão se retirando dos céus, pois são vaidosas e não lhes damos mais a audiência que merecem.
  
         Voltemos a ouvir no gorjear das aves canções de amores do passado, dar  menos atenção a razão e muito mais o coração, façamos da metáfora mais uma refeição que alimente e sustente a alma, a beleza está aí...para quem quiser ver.                                              

                                                               
                                                                                                       

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Um instante de liberdade






Me Perco em pensamentos,
afundando em segredos,
pequenos delírios,
esqueço como respirar.


Construo ilusões, concretas
como brumas.
testemunho o nascimento de estrelas,
vejo um sem numero de amores definhar.
          
                                     
Um devaneio sincero,
o tempo passa a se arrastar.
Me perdi tanto,
que acabei por me encontrar.
                                               
                                              
                                               
                                              
                                              
                                              
                                              
                                              
                                              
                                                                                              

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Colecionador de quinquilharias





        Ao entrarmos em um cômodo vazio sentimos uma estranha sensação de incômodo, como por instinto somos tomados pela necessidade de preenchermos espaços vazios, provavelmente um reflexo do que sentimos em nossas próprias almas.

        Estamos sempre procurando algo que nos faça sentir completos, como uma tela que não é nada até o contato com a tinta, assim também é o coração do homem, o preenchemos com todo tipo de coisa desde que nascemos, quem esquece o primeiro beijo? quem não tem um espaço especial em seu quarto de quinquilharias para o seu primeiro amor? uma viagem inesquecível, uma lembrança que lhe traga um sorriso bobo no rosto.

        Em nossos corações guardamos o que temos como importante, talvez para quem não esteja habituado com o lugar, lhe pareça um pouco desorganizado e com certeza jogaria fora muito do que se encontra ali, mas somos como nossos avós, guardando  coisas de outros tempos, para nos embebedarmos de uma nostalgia impossível para quem não reside ali sentir.